Idiomacidium

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Sunday, February 12, 2006

Última Flor do Lácio

Última Flor do Lácio (Olavo Bilac)

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Nesta homenagem que o grande poeta Olavo Bilac faz ao idioma português, a "última flor do Lácio, inculta e bela", ao último idioma que havia se originado do idioma da região do Lácio, do Latim, mas que permanecia pouco conhecido e bonito - inculto e belo. "És a um só tempo esplendor e sepultura", diz o poeta, afirmando que o português é um idioma rico, belo, mas traiçoeiro, capaz de enterrar - nos próprios erros cometidos - a quem não conhecê-lo.

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